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Cidades

MAIS DE 38 MIL PESSOAS APRESENTAM QUADRO DE OBESIDADE EM MACEIÓ

Problema é a condição crônica que mais causa hospitalização de pacientes com a Covid-19

Por greyce bernardino | Edição do dia 26/09/2020

Matéria atualizada em 26/09/2020 às 06h00

| Agência Brasil

Pacientes com doenças crônicas pré-existentes, como a diabetes e a hipertensão, tendem a apresentar as versões mais graves da Covid-19. Pessoas com obesidade, em geral, possuem alguma dessas doenças e, por isso, a preocupação com o peso e o controle adequado da pressão arterial e dos níveis glicêmicos deve ser ainda maior. Com a pandemia, especialistas acreditam, no entanto, que o sedentarismo pode elevar o surto de obesidade, o que deixa a situação mais delicada. Aqueles que estão acima do peso devem redobrar a atenção com a alimentação. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apontam que 38.667 pessoas apresentam quadro de obesidade em Maceió. Do total, 12.560 são homens e 26.107 são mulheres, o que mostra que o sexo feminino vem sofrendo mais com a morbidade na capital. Vale ressaltar, no entanto, que os números sobre a obesidade que a SMS disponibiliza são os de usuários cadastrados nas unidades de saúde do município. O levantamento mostrou, ainda, que as maiores vítimas da obesidade têm 40 a 44 anos. O estudante de arquitetura Jonas Trindade, de 24 anos, está acima do peso, e a pandemia agravou seu estado de saúde. Com 120 kg, ele conta que engordou, durante a quarentena, 8 kg e já sente na rotina as consequências dos quilos a mais. “Estava com 112 kg, em um processo de emagrecimento. Estava praticando exercícios e seguindo uma alimentação saudável. Porém, veio a pandemia. Como tenho essa morbidade, tive de ficar trancando. Vi na comida, no entanto, uma forma de ficar bem, de não surtar”, disse o jovem. “Passei a sair de casa agora. Comecei a correr na praia e voltei às minhas consultas com uma nutricionista. Ainda estou com o mesmo peso, mas sinto meu condicionamento físico melhor. Comer muito e não se exercitar não é bom. Temos que ficar atentos a nossa saúde”.

OBESIDADE AGRAVA QUADRO DA COVID-19

Estudos recentes apontam que a obesidade é a condição crônica que mais causa hospitalização de pacientes com a Covid-19. Isso porque a obesidade interfere na resposta imune do organismo, o que favorece um maior risco de infecções e o desenvolvimento de complicações. A informação foi divulgada pela assessoria do município. Pensando nisso, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) elaborou o material educativo “Obesidade e Covid-19: Orientações nutricionais para trabalhadores”. Segundo a nutricionista do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) do município, Taciana Rebelo, um sistema imunológico saudável ativa e desativa um processo de inflamação conforme o necessário, chamando as células de defesa para combater a infecção. “O excesso de gordura no corpo aumenta a produção de um hormônio que causa um estado de inflamação crônica, permanecendo ativa, com maior propensão a infecções”, explica.

VACINAS

A profissional destaca ainda que a inflamação crônica parece interferir também na reposta imune às vacinas, sujeitando as pessoas obesas a doenças evitáveis mesmo após a vacinação. A gordura acumulada na região abdominal está associada também ao aumento da pressão arterial e ao desenvolvimento da diabetes. “As pessoas que possuem essas doenças também são consideradas grupos de risco para Covid-19. Além disso, o excesso de peso pode provocar dificuldade de respiração, e por isso, um indivíduo obeso tende a cansar mais rapidamente, sendo um fator complicador para a doença, onde o acometimento dos pulmões pode estar presente”, ressalta Taciana Rebelo, nutricionista do Cerest. Ela finaliza que, para garantir uma vida mais saudável, é preciso melhorar hábitos alimentares e estilo de vida, incluindo alimentos essenciais para a melhoria do sistema imunológico. Praticar exercício também é necessário.

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