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USUÁRIOS RECLAMAM DE UPAS LOTADAS COM MUDANÇA DE ATENDIMENTO NO HGE

Desde que HGE passou a atender só emergência, pacientes de urgência são encaminhados para UPAS, que ficam lotadas

Por regina carvalho | Edição do dia 07/12/2021

Matéria atualizada em 07/12/2021 às 04h00

Maceió, 06 de dezembro de 2021 
Movimentação no HGE, após uma mudança de classificação de risco implementada no hospital geral. Alagoas - Brasil.
Foto:@Ailton Cruz
Maceió, 06 de dezembro de 2021 Movimentação no HGE, após uma mudança de classificação de risco implementada no hospital geral. Alagoas - Brasil. Foto:@Ailton Cruz | Ailton Cruz ;@Ailton Cruz

O atendimento de casos de urgência e emergência, que já era crítico em Alagoas, piorou depois que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) anunciou a mudança do perfil de atendimento do Hospital Geral do Estado (HGE). Com mais pacientes, incluindo agora os que foram recusados pelo HGE, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ficaram sobrecarregadas e passaram a ser motivo de reclamação e denúncia de usuários. A reportagem da Gazeta de Alagoas esteve no HGE e nas UPAs do Trapiche da Barra e do Jacintinho, em Maceió, onde ouviu o desabafo de quem aguardava atendimento. Um deles de Rosicleide Silva, moradora do Benedito Bentes, que acompanhou o marido (hipertenso e diabético) até a UPA do Trapiche, depois de ter sido rejeitado e encaminhado pelo HGE. “Tem mais de 15 dias que ele está sentindo dor no peito, no ombro e nas costas. Fomos três vezes à UPA do Benedito Bentes e como ele não melhorou, resolvemos ir ao HGE, que mandou a gente para cá. É muito desrespeito”, lamenta dona Rosicleide. Na UPA do Jacintinho, Márcia Ana Pimentel aguardava atendimento. Ela disse que está com sintomas de Covid-19 há dias, mesmo assim aguardava atendimento havia um bom tempo. O aposentado Aldemir da Silva comentou que está revoltado. Levou a cunhada à UPA do Jacintinho às 10h23 de segunda-feira (6) e às 15h24 ainda não tinha conseguido atendimento. “Ela tem pressão alta. Passou mal e viemos para cá, mas até agora, nada. É muito revoltante. Ninguém pode nem entrar aí, não sabemos se a pessoa está bem”, declarou. Outra que aguardava atendimento para um parente era Cléa Soares. A filha dela tinha passado muito mal antes de se dirigir ao local. “Ela tava sentindo uma agonia na cabeça e viemos para cá. Estou preocupada porque ela fez uma cirurgia na coluna há pouco tempo”, disse.

No fim de semana a situação das UPAs se agravou. “Trouxe minha vó de Viçosa. Levamos para a UPA do Tabuleiro do Martins, que liberou e mandou ela voltar. Mas ela piorou. Fomos três vezes nessa UPA, até que mandaram aqui para o HGE, somente depois que fizeram um eletrocardiograma e viram o coração dela acelerado. Ela tem 82 anos”, conta.

O HGE, maior unidade de atendimento de emergência em Alagoas, anunciou a mudança em seu perfil de atendimento e agora só recebe pacientes que apresentem casos de emergência. Com isso, a Sesau fez um alerta para a população sobre em quais situações deve procurar o HGE e os demais casos, entendidos como de urgência, devem ser encaminhados para as UPAs. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Sesau e da UPA do Trapiche (que informaram ainda não ter feito um levantamento), mas não obteve as respostas até o momento do fechamento da matéria. A UPA do Jacintinho também é de responsabilidade da Sesau.

/Maceió, 06 de dezembro de 2021
Movimentação na UPA do Trapiche, após mudança de classificação de risco implementada no hospital geral do Estado. Alagoas - Brasil.
Foto:@Ailton Cruz
/Maceió, 06 de dezembro de 2021 
Movimentação no HGE, após uma mudança de classificação de risco implementada no hospital geral. Alagoas - Brasil.
Foto:@Ailton Cruz

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