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Saúde

CHUVAS EM AL ACENDEM ALERTA PARA ALTA DE CASOS DE LEPTOSPIROSE

Dados do Ministério da Saúde apontam que já foram registrados seis casos da doença de janeiro a maio deste ano, com uma morte

Por ANNA CLÁUDIA ALMEIDA | Edição do dia 02/07/2022

Matéria atualizada em 02/07/2022 às 04h00

Em Alagoas, várias famílias precisaram sair de suas residências por conta de inundações
Em Alagoas, várias famílias precisaram sair de suas residências por conta de inundações | Reprodução

Há mais de um mês, a população alagoana vem sofrendo com as fortes chuvas que atingem o estado. Se por um lado a preocupação é constante com alagamentos, transbordamento de rios e demais danos provocados pelos temporais, por outro surge um grande alerta para um assunto que pode passar despercebido: as doenças transmitidas pelo contato com água contaminada, entre elas a leptospirose. Dados do Ministério da Saúde apontam que de janeiro a maio deste ano foram confirmados 06 casos de contaminação pela doença, com o registro de um óbito no mês de março. Em 2021, no mesmo período, foram 07 casos, chegando a 27 confirmações da doença durante todo ano, com a notificação de um óbito.

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de roedores e de outros animais como cachorro, porco e cavalo, infectados pela bactéria leptospira; pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas, ou ainda pela ingestão de alimentos ou água infectados pela bactéria.

Com as intensas chuvas, os riscos de contaminação aumentam, principalmente nas áreas alagadas. A bactéria tem mais facilidade para penetrar na pele úmida que ficou em contato com a água por bastante tempo. Por isso os cuidados precisam ser redobrados nesta época do ano, conforme explica o infectologista Fernando Maia. “É importante evitar o contato com as áreas alagadas ou enlameadas, principalmente por longos períodos. Mas se isso foi inevitável, o alerta é que deve higienizar bem as partes do corpo que foram expostas com água e sabão. Isso ajuda a minimizar o risco de adquirir a infecção”. Em Alagoas, várias famílias precisaram sair de suas residências por conta de inundações. Neste caso, antes de retornar ao imóvel, é necessário lavar e desinfetar o chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas. Recomenda-se ainda após a retirada da lama e, a lavagem com água e sabão, aplicar água sanitária por 30 minutos nos cômodos da casa. As manifestações da doença variam desde formas assintomáticas até quadros graves, como também em casos fulminantes. Entre os sintomas da infecção estão febre, dor de cabeça, dor muscular, falta de apetite, e náuseas/vômitos. Caso haja suspeita de infecção, a pessoa deve ficar atenta aos primeiros sintomas, que aparecem no período de sete a dez dias após o contato, que são: febre, dores no corpo (principalmente na panturrilha), urina com coloração mais forte e pele amarelada. “Havendo a suspeita da doença, apresentar um quadro com os sintomas, e nos últimos 21 dias teve contato com água de enchente, lama ou esteve em locais que podem ter risco de ratos, como canteiros de construção, é importante procurar um serviço de saúde ou seu médico e relato esse contato para que possa fazer a correlação com o evento e investigar se houve a infecção”, finaliza o médico.

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