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Economia

AL PERDE 29 MIL VAGAS COM CARTEIRA ASSINADA EM 8 ANOS, APONTA IBGE

A categoria que mais ganhou participação no mercado foi a de trabalhadores por conta própria, que saltou de 22,5% para 26,5%

Por Hebert Borges | Edição do dia 19/05/2022

Matéria atualizada em 19/05/2022 às 04h00

| Arquivo GA

O número de trabalhadores com carteira assinada diminuiu em 29 mil em Alagoas nos últimos oito anos, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada na última sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro trimestre de 2014, quando houve um pico de empregos com carteira assinada no Brasil, eram 376 mil celetistas em Alagoas, número que caiu para 347 mil no primeiro trimestre deste ano, um recuo de 7,7%.

A mesma pesquisa também aponta que, no mesmo período, houve aumento de 31,8% no número de pessoas que trabalham sem carteira assinada. Esse grupo era composto por 201 mil pessoas no primeiro trimestre de 2014 em Alagoas e avançou para 265 mil este ano, ou seja, um aumento de 64 mil pessoas.

Levantamento da LCA Consultores, a partir dos dados da PNAD, aponta que o número de trabalhadores com carteira assinada diminuiu em 2,8 milhões entre 2014 e 2022. Em números absolutos, o contingente atual de trabalhadores com carteira assinada no 1º trimestre de 2022 totalizou 36,3 milhões, contra 39,1 milhões no 1º trimestre de 2014.

 

Número de trabalhadores com carteira assinada diminuiu em 2,8 milhões entre 2014 e 2022
Número de trabalhadores com carteira assinada diminuiu em 2,8 milhões entre 2014 e 2022 - Foto: Agência Brasil
 

O cálculo considera a soma dos trabalhadores do setor privado no regime CLT e domésticos com carteira assinada, sem incluir trabalhadores do setor público, que emprega 11,2 milhões, o correspondente a uma fatia de 11,8% dos ocupados. Mesmo com o aumento do número de brasileiros com emprego formal nos últimos meses, o percentual dos ocupados com carteira assinada permanece abaixo do patamar pré-pandemia (38,7%)

“É um movimento de precarização do mercado de trabalho mesmo”, resume Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, autor do levantamento. Em 8 anos, a categoria que mais ganhou participação no mercado de trabalho foi a de trabalhadores por conta própria, que saltou de 22,5% para 26,5% do total de ocupados, seguida pelo emprego sem carteira assinada, que passou de 11,6% para 12,8%. Juntas, as duas modalidades representam 39,3% do total de brasileiros com trabalho, mais do que o contingente com carteira assinada, totalizando 37,5 milhões.

De 2014 a 2022, a população com alguma ocupação no país cresceu 4,1% (3,8 milhões de pessoas a mais). 

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