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Jogos e apostas

CPI DA MANIPULAÇÃO APROVA OUVIR ATACANTES DE BOTA E FLA

Luiz e Bruno Henrique serão ouvidos sobre suspeitas de esquemas em apostas

Por G1 e Metrópoles | Edição do dia 13/11/2024

Matéria atualizada em 13/11/2024 às 04h00

Defesa de Bruno Henrique se pronunciou no suposto caso de envolvimento em apostas esportivas
Defesa de Bruno Henrique se pronunciou no suposto caso de envolvimento em apostas esportivas | Vinícius Schmidt/Metrópoles

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado aprovou, nessa terça (12), os requerimentos para ouvir atacantes do Botafogo e do Flamengo sobre suspeitas de esquemas em apostas esportivas.

No caso de Luiz Henrique, do Botafogo, a CPI aprovou uma convocação. Ou seja, ele é obrigado a comparecer e terá que justificar uma eventual ausência. Para Bruno Henrique, do Flamengo, a CPI aprovou um convite. A presença, então, é facultativa.

Luiz Henrique é investigado por supostamente ter participado de um esquema de manipulação de jogos no Campeonato Espanhol, quando ainda defendia o Real Bétis. Logo depois da goleada por 5 a 0 do Botafogo sobre o Peñarol, pela Libertadores, Luiz Henrique falou rapidamente sobre o caso e alegou ser inocente. “Querem apagar o meu brilho, mas não vão conseguir. Deus está comigo, minha família está comigo, nada disso aconteceu”, afirmou o atacante.

Já Bruno Henrique foi alvo de cumprimento de mandados de busca e apreensão, na semana passada, depois de investigação aberta pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) apontar que o jogador teria forçado um cartão, em um jogo do Brasileiro de 2023. Na partida, entre Flamengo e Santos, em Brasília, Bruno Henrique entrou em campo “pendurado”, com dois cartões em jogos anteriores.

O atacante levou amarelo por falta em Soteldo aos 50 minutos do segundo tempo, quando o Flamengo já perdia por 2 a 1 (placar final do jogo). Ele reclamou do cartão de forma acintosa com o árbitro Rafael Klein e imediatamente foi expulso. A defesa de Bruno Henrique pediu, nessa terça-feira, o arquivamento da denúncia contra o jogador.

“Sim [sou inocente]. Recebi [a operação] de uma forma agressiva. Não esperava da forma que foi, mas eu acredito na justiça lá de cima. Deus é um cara que sempre sabe. Minha vida, minha trajetória, desde quando eu comecei a jogar futebol. Deus sempre foi comigo. E, cara, eu estou tranquilo em relação a isso. As pessoas que estão aí nessa batalha comigo, eu só peço que a justiça seja feita e separar fora de campo com dentro de campo” disse o jogador, em entrevista ao Troca de Passes, do SporTV.

Através de nota publicada nessa terça, a defesa do jogador do Fla ressaltou o caráter integro e a carreira vitoriosa de Bruno Henrique. Além disso, foi citada a investigação feita pelo STJD, apontando que o lance investigado, na partida contra o Santos em Brasília, não apontou inicialmente “nenhum indício de proveito econômico do atleta”.

“Após análise de documentos que baseiam a operação da Polícia Federal e do Ministério Público contra o atleta Bruno Henrique, do Flamengo, por suposta manipulação em partida válida contra o Santos pelo Campeonato Brasileiro de 2023, a defesa do atacante vem a público reforçar o caráter íntegro de seu cliente, que tem uma carreira vitoriosa moldada por ética e correção. Protocolizamos no último sábado na Justiça pedido de arquivamento da investigação e a imediata devolução de seus bens apreendidos em operação na última terça-feira”, disse a defesa na nota.

“É de se ressaltar que este caso já foi investigado e arquivado no STJD, por não encontrar indícios de manipulação por parte do referido atleta. O tribunal entendeu que o lance em questão, no qual foi aplicado o cartão amarelo a Bruno Henrique, nem sequer era passível de falta. O tribunal também destacou à época de sua investigação a inverossimilhança da tese de manipulação, uma vez que o referido atleta teria esperado até os 52 minutos do segundo tempo para receber um cartão amarelo supostamente premeditado, correndo o risco de ser substituído ao decorrer da partida”, prosseguiu.

“Protocolizamos também pedido para análise das informações que foram fornecidas pelas três casas de apostas mencionadas no processo à IBIA (International Betting Integrity Association). Nem a Polícia Federal nem o Ministério Público procuraram aferir se o método técnico-científico para a produção e extração dos dados que baseiam a denúncia foi devidamente observado(...). Esperamos que essa investigação possa também ser arquivada com brevidade para que o atleta possa seguir exercendo sua profissão com integridade e sem maiores danos à sua imagem, que já foi atingida de maneira injusta e irreparável por uma operação infundada”, encerrou.

Apesar da aprovação dos requerimentos, ainda não há uma data definida para que os jogadores sejam ouvidos pelos parlamentares. Além de Luiz Henrique e Bruno Henrique, o meio-campista Lucas Paquetá, hoje no West Ham (Inglaterra), também deve prestar depoimento à comissão.

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