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CONSTRUÇÃO PREVÊ MAIOR CRESCIMENTO PARA O SETOR DESDE 2013

Expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção para o PIB do setor em 2021 subiu de 2,5% para 4%

Por Agência CBIC | Edição do dia 31/07/2021

Matéria atualizada em 31/07/2021 às 04h00

O setor da construção começou 2021 com expectativa de crescer 4% no ano. Com os desafios decorrentes da pandemia e a continuidades dos aumentos nos custos dos materiais, esse número foi reduzido para 2,5% em março. Agora, apesar da capacidade de produção limitada, principalmente em função do desabastecimento e do aumento do preço do aço, a expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) para o PIB do setor voltou a subir para 4%, o que seria seu maior crescimento desde 2013.

As informações fazem parte do estudo Desempenho Econômico da Indústria da Construção do 2º trimestre de 2021, realizado pela CBIC e apresentado durante evento online na última semana.

Em junho, o nível de atividade do setor atingiu 51 pontos. Foi o melhor desempenho desde setembro do ano passado (51,2 pontos) e também o melhor mês de junho desde 2011, quando o indicador alcançou 51,7 pontos. O resultado alcançado em junho de 2021 também foi o melhor observado no primeiro semestre do ano e é superior à média histórica do índice (45,6 pontos). Os números são da Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o apoio da CBIC.

Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, apesar dos resultados positivos, a construção está crescendo bem abaixo de sua capacidade. “A construção é como uma Ferrari com freio de mão puxado. Poderia ser um ano histórico em termos de crescimento e contratação de trabalhadores. Mas alguns fatores, como o aumento dos insumos, criaram temor nos empresários e acabou que não estamos com a atividade que poderíamos estar”, afirmou Martins.


Escassez e aumentos

A falta ou o alto custo de matéria-prima continua sendo o principal problema enfrentado pelos empresários da construção pelo quarto trimestre consecutivo, alcançando 55,5% dos pesquisados na Sondagem. Desde o 3º trimestre de 2020, o setor vem sentindo os efeitos do aumento expressivo nos custos dos seus insumos.

Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, apesar dos resultados positivos, a construção está crescendo bem abaixo de sua capacidade
Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, apesar dos resultados positivos, a construção está crescendo bem abaixo de sua capacidade - Foto: Divulgação
 

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acumulou, nos últimos 12 meses encerrados em junho, alta de 17,36%. Esse resultado é justificado pelo incremento expressivo no custo com materiais e equipamentos, que no mesmo período registrou alta de 34,09%. Trata-se de um recorde histórico para o período desde que a série começou a ser divulgada pela FGV, em 1996.

A elevada carga tributária foi apontada pelos empresários como o segundo principal problema enfrentado no 2º trimestre de 2021. Na comparação com o trimestre passado, esse foi o item com maior crescimento nas assinalações, passando de 24,7% para 31,5%.


Expectativas e projeções 

De acordo com a Sondagem Indústria da Construção, as expectativas dos empresários do setor permanecem positivas em julho, apesar de menos intensas do que em junho.

Considerando a melhora nas atividades no final do 2º trimestre e a manutenção do nível de atividade atual, a expectativa é que o PIB do setor poderá registrar alta de 4% em 2021. Caso confirmado, esse será o melhor desempenho da construção desde 2013, quando o crescimento foi de 4,5%.

O incremento do financiamento imobiliário, as taxas de juros ainda em baixo patamar, a melhora do ambiente econômico, a demanda consistente, mesmo diante da pandemia, e a continuidade de pequenas obras e reformas são algumas das razões que ajudam a justificar a projeção atual.

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