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VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM VOLUNTURISMO?

Viagens com propósito podem mudar a percepção da realidade, valorizar comunidades e ainda ajudar o meio ambiente

Por Maylson Honorato | Edição do dia 06/11/2021

Matéria atualizada em 06/11/2021 às 04h00

A viagem de férias pode ter um propósito diferente! O turismo mesclado com o trabalho voluntário, o volunturismo, tem como objetivo imergir pessoas em um ambiente fora da sua realidade, ajudando moradores de regiões locais, o meio ambiente e, ao mesmo tempo, proporcionando um momento de descanso com propósito.

A ideia de viajar para mudar a vida pode ter nascido nos filmes, mas é uma realidade para muitos brasileiros e brasileiras hoje em dia. Agências especializadas no assunto já estão no mercado e defendem que, com o volunturismo, viagens que seriam apenas um simples entretenimento acabam se tornando uma rica experiência, beneficiando não só a quem viaja.

“Viajar com propósito é uma vivência muito boa para quem viaja, para quem é visitado e para o planeta”, diz Daniel Cabrera, cofundador de uma agência desse nicho. “Com a Vivalá, as pessoas aprendem a entrar de cabeça na cultura local da região viajada, a valorizar as economias regionais e a preservar os biomas do planeta. A parte mais interessante é perceber e entender que as pessoas deixam de se importar com o ‘para onde vai’ e começam a se importar com o ‘porquê vai’”, afirma.

Experiência aproxima viajantes da natureza

Viajar é partir com os sentidos bem apurados, é vivenciar o caminho, conhecer outras culturas, crescer com as pessoas, provar outros sabores e encontrar inspiração nas paisagens. Viajar é um compromisso saudável entre sair da rotina, renovar energias e crescer interiormente.

“Incrível e algo totalmente fora do inesperado”, é como descreve Jessica Lopes, digital influencer do ramo de turismo, do perfil @andarilhas. A influenciadora foi para a Amazônia, na região do Lago Acajatuba. “Nós nos reunimos em vários grupos e cada um auxiliava uma família de empreendedores locais, ajudando a solucionar os maiores problemas relacionados aos seus negócios. Foi uma grande conversa construtiva entre os visitantes e os moradores ribeirinhos”, comenta.

Em busca de uma experiência para ampliar seus olhares e se emocionar, Solange Galvão, de 53 anos, também realizou volunturismo e fez uma expedição à Amazônia. “Com tudo o que vivi, as histórias trocadas, as risadas espontâneas, toda a cumplicidade e soltura que o volunturismo me proporcionou na gratuidade das relações, percebi que a realidade em que vivemos muitas vezes se sobrepõe à existência e vem colocando fim a vários referenciais” destaca.

Novas conexões e experiências

A ideia de viajar com propósito envolve criar uma conexão com outras realidades, agregando conhecimentos e experiências a partir da jornada ao diferente, conhecendo histórias sobre os moradores, com a troca de ideias e as conversas que surgem ao longo do percurso.

Quem embarca nessa viagem tem a chance de conhecer todos os atrativos que o destino oferece, como: trilhas, matas, rios, cachoeiras, cavernas e muito mais. Tudo com uma percepção diferente do que normalmente aconteceria em uma viagem de turismo, visto que a expedição vai além dos pontos turísticos do destino escolhido.

“O turismo tem o poder de gerar enormes impactos na sociedade e é nossa responsabilidade garantir que estes sejam sempre positivos. A palavra ‘gratidão’ é a mais recorrente nos formulários de feedback dos viajantes. A imensa maioria volta pra casa com o sentimento de dever cumprido e com uma nova perspectiva a respeito da vida. São comuns os relatos de pessoas que tomaram a decisão de transformar a própria vida depois das reflexões, da inspiração e das experiências que viveram em uma expedição”, comenta Daniel Cabrera.

“A gente acaba voltando com uma sensação de coletividade e acaba criando laços de amizade tanto com as pessoas que ficaram, quanto com as pessoas do grupo e sente que, mesmo sendo uma diferença pequena, estamos construindo coletivamente algo e que realmente existem mudanças. Com uma pequena ajuda, podemos fazer parte de algo maior”, complementa Jéssica Lopes.

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