Gazeta de Alagoas
Pesquise na Gazeta
Maceió,
Nº 5698
DESAFIANDO OS PRÓPRIOS LIMITES

OS SEGREDOS E APRENDIZADOS DA ATLETA ALAGOANA GLEYCI KELLY

Atleta fala da rotina de treinos e das dificuldades para seguir se destacando no atletismo dentro e fora de AL

Por Thauane Rodrigues* | Edição do dia 06/05/2023

Matéria atualizada em 06/05/2023 às 05h15

 

Foto: : Cortesia
  

Dinâmico e intenso, o esporte mais antigo da história é o atletismo. Formado por um conjunto de atividades que podem ser realizadas na pista, campo ou rua, os indícios do “esporte base”, como também é conhecido, existem desde há pelo menos cinco mil anos, iniciando no Egito e na China e, logo depois, na Grécia.


No Brasil, esse esporte começou a trilhar seus primeiros passos nas últimas décadas do século 19, com alguns nomes de destaque nacional e internacionalmente. Em Alagoas, a atleta Gleyci Kelly, que é natural de Pilar, é um dos talentos alagoanos que carregam o nome do estado em diversas competições.


Apaixonada pelo atletismo desde 2013, quando tinha apenas 15 anos, Gleyci coleciona vivências em diversas competições e medalhas, incluindo o vice-campeonato dos Jogos Universitários de 2021 e da Copa Brasil de Combinadas. Além de apaixonada pelo esporte, a alagoana também se formou em Educação Física por influência do atletismo.


“O atletismo é surreal! O que ele me proporciona e proporciona aos demais é fantástico. É saúde, ensinamentos diversos, diversão, respeito ao próximo. Ele ensina coisas inimagináveis ao atleta”, afirmou ela.


Exigindo muito foco, determinação e responsabilidade, o atletismo traz diversos benefícios para quem o pratica, possibilitando exercitar quase todos os músculos do corpo, resultando em qualidade de vida, manutenção ou recuperação da própria saúde.

 

Foto: : Cortesia
  

Com várias categorias, os atletas passam pelas provas corrida, de revezamentos, salto, de arremesso e lançamentos, prova combinada e marcha atlética. Em cada prova há 20 modalidades diferentes, que se diferenciam em percurso e equipamentos, por exemplo.


Gleyci revela que desde que encontrou a modalidade esportiva não consegue mais se imaginar sem praticar, mesmo com toda dificuldade para seguir na caminhada do atletismo.


A atleta diz que é importante incentivar os times de base que iniciam no sub-16, ressaltando que a prática do esporte é indicada para pessoas a partir de 16 anos. Segundo ela, é necessário realizar a parte da recreação para aos poucos ir avançando e, possivelmente, descobrir novos talentos.


Com o cenário do atletismo alagoano avançando com passos lentos, Gleyci revela que é preciso correr muito para que a modalidade cresça profissionalmente dentro de Alagoas, pois mesmo com os adolescentes querendo aprender, falta incentivo para os atletas. 

 

Foto: : Cortesia
 

“Todos os esportes sofrem com a dificuldade do incentivo, porém, o atletismo ainda fica ‘na sombra’ de diversos outros esportes. Infelizmente, aqui em Alagoas, o atletismo ainda não tem tanta visibilidade, o que dificulta na busca por patrocinadores e até mesmo de novos atletas, pois muitos não sabem nem do que se trata”, disse a atleta.


Ainda de acordo com ela, aos poucos o Estado está retornando a ter atletas, graças às categorias de base. Gleyci diz esperar que, futuramente, eles possam evoluir para a prática profissional. Gleyci conta que o número de profissionais locais é muito baixo. Só ela e mais três atletas seguem resistindo na trajetória.


Apesar das dificuldades, a alagoana é motivo de orgulho ser uma das mulheres que elevam o nome do esporte em todo Brasil. “Felizmente, nunca sofri com o fato de ser mulher e estar no mercado esportivo, sempre fui bem aceita e sigo dizendo que lugar de mulher é onde ela quiser”.


A rotina de treinos é intensa e exige disciplina e preparação para os campeonatos que se aproximam. Gleyci compartilha em seu Instagram (@gleyci_heptatlo) um pouco de seu dia a dia. No momento, a atleta está se preparando para vivenciar as competições Norte e Nordeste e, logo depois, os Jogos Universitários.


“O atletismo é apaixonante, pode ser chato no começo, mas depois que pega o gosto é impossível largar. Aconselho sempre a todos conhecerem o atletismo, o processo é doloroso, precisa de muito foco e determinação, mas a recompensa vale a pena”.



*Sob supervisão da editoria da revista Maré

Mais matérias desta edição