Olhar expressivo, postura ereta e muito foco. É dessa forma que o modelo alagoano Miguel Miranda tem alcançado longos voos dentro do universo da moda. Apaixonado por moda e arte desde a infância, o alagoano já estampou as passarelas e os editoriais de variadas marcas, indo das mais clássicas até contemporâneas e bem ousadas.
Com apenas 23 anos, o jovem já é, sem dúvida alguma, uma das potências alagoanas que levam para o mundo o orgulho de onde nasceu e a saudade de casa. Atuando profissionalmente desde 2017, o modelo carrega um portfólio de trabalhos com nomes de peso, como João Pimenta, Pierre Cardin, Jeanslosophy, do grupo Lamoda, a Singa.co e, claro, as marcas alagoanas D.Lyvar, Augusto Christoff, Fawkes Lab a Nixt Store.
Em entrevista exclusiva, Miguel Miranda, que estreou nas passarelas no São Paulo Fashion Week, em 2022, e esteve presente também na edição de 2023, encerrada na semana passada, fala do caminho percorrido e dos sonhos que ainda deseja alcançar. Confira!
REVISTA MARÉ. Como surgiu o seu interesse pela moda? Ela sempre esteve presente na sua vida?
MIGUEL MIRANDA. Eu comecei a me interessar por moda com 16 anos, ficava vendo os desfiles da colcci no SPFW, no computador da minha vizinha e imaginando como seria estar no backstage de um evento daquele tamanho, além disso, desde criança eu sempre tive uma “coisa” com arte, comecei desenhando e ficava horas desenhando pessoas.
Em que momento você percebeu que esse era o seu caminho profissional?
Com 16 anos, um scouter [olheiro de talentos] me descobriu no colégio. Na época, por conta dos estudos, não dei muita atenção pra esse lado e acabou não acontecendo. Até que, no ano passado, recebi o convite da agência Way Model para uma entrevista e passei. Desde então, tudo tem tomado caminhos muito legais e, hoje, não me vejo em outra área.
Quem é o Miguel fora das passarelas e dos flashes das câmeras?
Fora das passarelas sou bem reservado, pra ser sincero. Falo pouco sobre minha vida, mas adoro cozinhar, adoro música e sou muito de ficar em casa vendo filme, trocando ideia com os amigos.
Quais têm sido os seus maiores desafios neste momento?
Agora, eu estou morando em São Paulo pra ficar mais perto dos trabalhos, então, eu diria que o maior desafio é a saudade de casa, dos amigos, de mainha… Me mudei há quatro meses, então não consegui ainda voltar pra Maceió e rever minha família, a saudade aperta sempre e espero conseguir voltar logo pra visitá-los.
Pela segunda vez você esteve no SPFW, uma das maiores vitrines da moda brasileira, qual o sentimento de viver um momento como esse?
É sempre muito mágico estar por trás e ver os bastidores dos shows. Essa temporada, participei do desfile de comemoração dos 20 anos de João Pimenta, foi um show incrível de lindo. É muito gratificante pra mim, como profissional, participar desses momentos de moda. Ano passado, minha estreia no SPFW foi com a marca Soul Basico e foi uma experiência inesquecível, além de também ter desfilado com a marca Ateliê Mão de Mãe.
Você já esteve estampando a campanha da Gucci e da Adidas, duas das marcas mais renomadas do mundo. Como foi a experiência?
Nossa, receber o convite da Vogue Brasil na minha primeira semana de agência foi surreal, ainda mais por ser duas marcas gigantescas, como Adidas x Gucci. A equipe inteira era maravilhosa, nomes gigantes da moda envolvidos e eu ali no meio, em êxtase. Foi muito especial e vou guardar pra sempre esse dia comigo.
Morando em São Paulo e com foco total na sua carreira, quais os planos para daqui pra frente?
Agora, eu quero trabalhar muito, continuar realizando meus sonhos, tá tudo muito no começo, mas quero fazer carreira internacional também. Estou morando numa república com outros modelos, então basicamente tenho respirado moda o dia inteiro, até nas tarefas de casa se aprende sobre trabalho em equipe, convivência. Sempre tem alguém treinando passarela, ou estudando inglês, então, eu diria, que tem sido bem enriquecedor.
Você revelou ser reservado longe dos holofotes trazidos pela profissão, mas nós estamos vivendo o auge das redes sociais, que tem se tornado uma grande vitrine. Como é sua relação com as redes?
Sem dúvidas a rede social é uma janela gigantesca para quem trabalha com moda no geral, é uma ferramenta que impulsiona nossa imagem para novas pessoas e clientes. Eu tenho trabalhado mais esse meu lado, confesso que sei a importância de se estar presente digitalmente mas eu ainda não sou tão presente assim. Com essa vinda para um república de modelos, a gente acaba tendo contato com vários outros perfis de modelo, além dos ‘instamodels’ da casa, que tem me ajudado nessa parte com produção de conteúdo pro instagram.
Como tem sido a experiência de morar em uma república e ter um contato mais direto com diversos outros profissionais?
É bem doido! Moro com outras 14 pessoas. No começo, a adaptação foi meio difícil, porque eu nunca morei com “desconhecidos” antes. Já dividi apartamento e minha família também é grande, mas até então eram pessoas conhecidas. Depois de um tempo, os laços vão se formando e, hoje em dia, tá super tranquilo.
Quando você olha para o passado e os primeiros passos dentro do mundo da moda, você acredita que o Miguel do passado está orgulhoso dos seus passos atuais?
Tenho refletido muito sobre isso ultimamente, sobre como tudo é um processo e muitas vezes um trabalho de formiguinha. Para se construir um nome no mercado leva tempo e muita paciência, estou apenas no começo, mas, com certeza, o Miguel de 16 anos tem muito orgulho do que o Miguel de 23 tem feito e vou trabalhar duro para que o Miguel de 23 esteja mais orgulhoso ainda daqui há uns anos.
*Sob supervisão da editoria da revista Maré