Comemorou-se ontem, no Brasil, o Dia do Pedagogo, num momento em que a educação enfrenta um dos momentos mais complicados por causa da suspensão das aulas presenciais em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Os profissionais que militam nessa área buscam agora, mais do que nunca, se adaptar às novas necessidades da educação, como o ensino a distância, provocado pelo isolamento social.

Professores e instituições de ensino têm feito muito esforço para dar continuidade aos estudos, sem prejudicar o avanço dos alunos. Esse tem sido um desafio para os educadores, já que ninguém estava preparado para essa nova situação - de levar a metodologia educacional para o mundo online. De uma hora para outra, foi preciso lançar mão de ferramentas que permitem manter o contato com o aluno, criar salas de aula virtuais, repensar processos de avaliação, propor atividades e manter uma rotina. Escolas e instituições de ensino têm enfrentado esse desafio de formas diferentes. E aí, as desigualdades socioeconômicas se apresentam de maneira ainda mais clara. Alunos de bons colégios particulares com certeza estão mantendo as atividades escolares por meio da tecnologia, com pouco prejuízo. Entretanto, o mesmo não se pode dizer em relação à rede pública. Além de as instituições não disporem de estrutura, a própria situação da maioria dos alunos não permite que eles tenham essa opção. Nem todos possuem computador em casa ou acesso adequado à internet. Os pais também têm dificuldade de dar o suporte necessário. Para muitos estudantes, será um período perdido. Os próprios professores, em sua maioria, também não estavam preparados. A adaptação ao ensino a distância tem sido um desafio a ser vencido todos os dias. Sempre surgem dificuldades estruturais. Tudo está sendo feito com o bonde andando, por causa da necessidade. Como não se sabe quando será seguro retomar as aulas presenciais, o processo terá de ser feito dessa forma. Os impactos só serão conhecidos daqui a algum tempo.