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Opinião

NA HORA CERTA

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Por Editorial | Edição do dia 03/06/2020

Matéria atualizada em 03/06/2020 às 06h00

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, alertou ontem que os países devem ser muito cuidadosos ao começar a flexibilizar as medidas de isolamento, pois há risco de uma segunda onda de contágios, que poderá comprometer todos os esforços feitos até agora. As Américas já registraram quase 3 milhões de casos da Covid-19, e as curvas de contágio continuam aumentando em muitas áreas.

Para a Opas, até o momento, as medidas mais efetivas são a ampla testagem, o rastreio dos casos e contatos, o tratamento dos doentes e o isolamento dos pacientes. Além disso, o distanciamento social desacelera a transmissão de maneira que os serviços de saúde possam não entrar em colapso. É preciso também rastrear e monitorar a propagação do vírus e, sobretudo, fortalecer os sistemas de saúde. No caso do Brasil, as deficiências do SUS são sobejamente conhecidas. A pandemia do novo coronavírus veio agravar a situação. Muitos lugares estão esgotados e operando no limite de sua capacidade. É bom ressaltar que o impacto da pandemia se dá de forma desigual e tem consequências econômicas severas, sobretudo para a população de baixa renda. Grupos pobres e vulneráveis não têm meios para permanecer em casa e se proteger, principalmente se estão em grandes cidades, muitas pessoas vivem muito próximas umas das outras e compartilham espaços e transporte público. É preciso, portanto, que o poder público aja com muita prudência ao colocar em prática medidas de afrouxamento do isolamento social. Se mesmo com tantas restrições, ainda se veem aglomerações em diversas partes do País, imagine-se o que acontecerá se essas restrições forem eliminadas. Quanto maior adesão houver às medidas de distanciamento social, menor será o tempo necessário de isolamento. Do contrário, o número de casos continuará crescendo de forma exponencial, assim como o número de mortos, muitos por causa do colapso do sistema de saúde. Enquanto não houver uma vacina ou remédio eficaz, nada poderá voltar totalmente ao normal.

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