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Opinião

COMO SERÁ O NOSSO AMANHÃ?

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Por Mirian Gusmão Canuto. Médica e Membro da AAL | Edição do dia 17/04/2021

Matéria atualizada em 17/04/2021 às 04h00

O samba enredo da Escola União da Ilha do Governador, no carnaval de 1979, cujo autor foi o procurador federal Baeta Neves – conhecido como Didi -, parece ter sido feito para os dias atuais: O amanhã, cuja letra diz: “O que será o amanhã? / responda quem puder / o que irá me acontecer? / o meu destino será como DEUS quiser. Como será? Quem ousaria responder tal pergunta?

Estamos, há mais de um ano, diante dessa sinistra pandemia. Quem imaginaria que esse afrontoso inimigo, muitas vezes letal, atormentaria todo o planeta? A ansiedade, o medo e a insegurança continuam envolvendo os humanos. E o número de óbitos se avoluma, a cada dia... A humanidade nunca foi, simultaneamente, tão agredida. A saúde mental da população encontra-se lesada, e seus efeitos são altamente nocivos.

As consequências dessa calamidade atingem todos os segmentos: sociais, econômicos e políticos. Os noticiários, os vídeos e várias mensagens são aflitivas e chocantes, e têm deixado as pessoas exauridas: insônia, irritabilidade, distúrbios do apetite – compulsão ou inapetência – são sintomas que têm acometidos inúmeras criaturas. Mais do que nunca, o momento é de difundir a serenidade e a esperança, com responsabilidade.

Muito pertinente para o momento, o artigo do pediatra e membro da nossa AAL - Academia Alagoana de Letras, nosso prezado amigo Milton Hênio Gouveia, em que ele analisa e reflete a respeito das consequências dessa catástrofe no ambiente familiar, envolvendo, sobretudo, as crianças; circunstâncias essas, que também se aplicam aos adultos. O distanciamento social deixa as pessoas aprisionadas, gerando uma atmosfera conflitante, cujas consequências vão da irritabilidade à violência. A música, os exercícios físicos, uma boa leitura, um bom filme são aliados importantes nessa temporada conturbada. Desenvolver uma atividade artesanal também é uma terapia recomendada para preencher prazerosamente o tempo. Comunicar-se virtualmente, com amigos e pessoas nutritivas, estimula nosso bem-estar, alimenta nossa expectativa e confiança de dias melhores. Volto a enfatizar que a esperança e a serenidade são bálsamos que nos fortalecem nas adversidades. Repito, sempre, a sabedoria de Charles de Gaulle: “ O fim da esperança é o começo da morte”. A vacina é nossa maior aliada para a liberdade, porém é imprescindível continuarmos com todas as normas sanitárias. A vida é soberana. Preocupe-se em sobreviver e estimular, positivamente, as pessoas que o cercam. Como será o nosso amanhã?

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