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Opinião

DESACELERAÇÃO

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Por Editorial | Edição do dia 20/05/2022

Matéria atualizada em 20/05/2022 às 04h00

A estagnação do crescimento da cobertura vacinal contra a Covid-19 na população adulta, além da desaceleração da curva de cobertura de terceira dose, é motivo de preocupação, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O alerta faz parte da nova edição do Boletim do Observatório Covid-19, divulgado ontem.

De acordo com os dados da Fiocruz, na população acima de 25 anos, a cobertura no território nacional para o esquema vacinal completo é de 80%. No entanto, a terceira dose nos grupos mais jovens segue abaixo da média considerada satisfatória. Em Alagoas, até 14 de maio, de acordo com a publicação, 76,44% da população que reside em Alagoas tinha recebido a primeira dose; 66,58%, a segunda e 40,34%, a terceira.

Apesar da queda acentuada do número de casos e de óbitos por Covid, especialistas alertam que o cenário atual ainda é motivo de preocupação. A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente.

Durante o pico da pandemia do novo coronavírus, a população brasileira aderiu em massa à vacinação, apesar de fake news que circulam nas redes sociais questionando a eficácia e a segurança dos imunizantes. Infelizmente, o Brasil tem registrado queda na cobertura vacinal para outras doenças. Levantamento da OMS mostra que o Brasil aparece como um dos países que mais regrediram nos últimos cinco anos, com índice hoje de pouco mais de 70% de cobertura para difteria, tétano e coqueluche. 

Os motivos incluem a percepção enganosa de parte da população de que não é preciso vacinar porque as doenças desapareceram a problemas com o sistema informatizado de registro de vacinação.

Seja como for, é preciso que as autoridades de saúde reforcem as campanhas educativas e facilitem o acesso à vacinação não apenas para a Covid, mas para todas as doenças para as quais há imunizantes. Caso contrário, voltaremos a registrar casos de doenças que pareciam erradicadas.

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