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Política

ALUGUEL SOCIAL PASSOU A FAZER PARTE DA ROTINA

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Por arnaldo ferreira | Edição do dia 11/07/2020

Matéria atualizada em 11/07/2020 às 06h00

O coordenador do movimento SOS Pinheiro, Geraldo Vasconcelos, morador há 22 anos com a mulher e os quatro filhos, na Alameda São Benedito, recebeu a proposta da Braskem para deixar a casa em troca inicialmente do aluguel social e depois discutir a indenização. A rua onde mora está na área de evacuação de moradores. Ele abortou o processo e está aconselhando os moradores a não assinarem compromisso neste período de pandemia.

Reclamou que aluguel social de R$ 1 mil/mês não é proporcional às necessidades da maioria dos proprietários. O nome do líder comunitário está no lote oito de unidades habitacionais que precisam ser evacuadas. O Movimento S.O.S Pinheiro pede aos Ministérios Público Federal e Estadual para acompanhar as negociações. “Não temos opção. Nós entregamos a casa, recebemos a ajuda social de R$ 1 mil/mês e não sabemos o valor das indenizações e nem quando será paga”, reclamou Geraldo ao revelar que seu imóvel está avaliado em R$ 700 mil. “Pela Braskem, a avaliação é outra. Por isso, o Ministério Público tem que acompanhar de alguma forma essas negociações”.

DESOCUPAÇÃO DE MAIS 2 MIL IMÓVEIS

O novo Mapa de Setorização de Danos e de Linhas de Ações Prioritárias nos quatro bairros afetados por problemas geológicos causados por 35 minas de exploração de Sal gema da Braskem confirma que a terra está se movimentando. A área de desocupação urbana foi ampliada. Além das 4.5 mil moradias, mais dois mil imóveis terão que ser desocupados o mais rápido possível, quem afirma é o coordenador geral da Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos. As áreas críticas nas zonas de fraturamentos, de processos erosivos, de movimento de massa, zona de alagamento está ampliando. Entre as linhas de ações prioritárias, Dinário destacou a relocação de moradores de edificações ou de áreas inteiras, controle dos processos erosivos, monitoramento, alerta e alarme. Nas áreas de bairros que margeiam a Lagoa Mundaú, os moradores e os técnicos constatam o afundamento do solo e expansão das margens. Apesar dos danos e do deslocamento de famílias dos 6.500 imóveis que precisam ser desocupados, o coordenador da Defesa Civil não considera que os bairros sairão do mapa da cidade.

“Os bairros não acabam porque estão sendo executados serviços de engenharia para o fechamento das cavernas (as minas que estão desmoronando), serão instalados equipamentos, recuperação de vias, saneamento em pontos definidos no Mapa de Setorização e outras obras”, explica ele à Gazeta.

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