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Maceió,
Nº 5691
Política

METADE DA POPULAÇÃO DE MACEIÓ CONSOME ÁGUA DE POÇO ARTESIANO

Em outros municípios, eles apenas complementam o abastecimento feito com água de mananciais

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 08/08/2020

Matéria atualizada em 08/08/2020 às 06h00

Maceió aparece como a cidade que mais utiliza poços artesianos para abastecimento e consumo humano
Maceió aparece como a cidade que mais utiliza poços artesianos para abastecimento e consumo humano | Divulgação

Quase a metade da população de Maceió tem dificuldade para ter água potável nas torneiras regularmente. Entre os sistemas de superfície, o Catolé-Cardoso abastece 15% da área atendida pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) em Maceió. O projeto Pratagy, que prometia regularizar o abastecimento da capital, atende apenas 40%. Revela o presidente da Casal, Clécio Falcão. “A exploração de poços profundos é uma alternativa para abastecer municípios distantes de mananciais de superfície e que ainda não possuem estrutura para fazer a captação, o tratamento e o transporte da água por grandes distâncias”, justifica ele. Em outros municípios, os poços apenas complementam o abastecimento feito com água de mananciais de superfície. Já em comunidades muito isoladas na zona rural, que não possuem rede de abastecimento e nem adutoras nas proximidades de onde poderiam ser feitas derivações, os poços são opção para abastecimento, principalmente em projetos coordenados pela Semarh, explicou o presidente da Casal ao reforçar que, em todos os municípios do Sertão, da Bacia Leiteira e do Agreste, a Casal não opera nenhum desses poços e abastece as áreas urbanas somente com água de mananciais de superfície. Garantiu que a exploração de água de superfície é a prioridade da autarquia para abastecer a zona urbana dos municípios onde opera. “Em toda a região semiárida de Alagoas e no Agreste, que somam cerca de 40 cidades, a Casal não possui nenhum poço. Na região Serrana, somente em Mar Vermelho a Companhia explora poços. Em Maceió, eles respondem por 40% da água fornecida pela Casal”. Maceió aparece como a cidade que mais utiliza poços para abastecimento humano. Clécio Falcão explicou que a capital é a maior cidade do estado e concentra um terço da população de Alagoas. “É preciso recorrer a poços para complementar o abastecimento feito pelas captações de superfície, inclusive em áreas de expansão imobiliária e novos condomínios, onde, por uma questão de necessidade, o poço pode atender mais brevemente do que uma adutora, que demanda mais tempo de instalação e maiores investimentos”. A Companhia opera na capital com 215 poços profundos ativos. Eles fornecem aproximadamente 40% do volume ofertado pela Casal aos maceioenses. Esses poços são monitorados e suas águas são analisadas em laboratório para confirmar a qualidade antes da distribuição, disse o presidente da Casal. O projeto Meirim-Pratagy, cujo início foi executado pela Seinfra em parceria com o governo federal, quando estiver concluído, reduzirá ao máximo o uso de poços em Maceió. Essas obras serão concluídas com recursos da empresa vencedora da licitação do modelo do BNDES para a Região Metropolitana, e, ao final, elas devem reduzir em 50% a utilização dos poços na capital, adiantou Clécio Falcão. Anunciou projetos e recursos para ampliar o atendimento com água de superfície na capital e região metropolitana. O principal projeto é o Meirim-Pratagy, coordenado pela Seinfra em parceria com o governo federal, cujo investimento total passa de R$ 140 milhões. Outra ação em Maceió ocorreu no começo deste ano: devido a intervenções realizadas pela Companhia, os Sistemas Pratagy e Catolé-Cardoso tiveram aumento em sua produção de 400 mil litros de água por hora. Ainda na região metropolitana, vale frisar obras da Casal já em andamento em Messias e obras praticamente finalizadas em Murici, com investimento em recursos próprios de cerca de R$ 9 milhões. Vale citar, também, uma obra da Companhia já em andamento, em Fernão Velho/Fábrica Cármen, para reforço do abastecimento da região da Santa Amélia, com investimentos próprios de RS 3,5 milhões, e obras já licitadas para construção de um Novo Sistema de Abastecimento para Ipioca e Pescaria, com captação no Rio Saúde, com recursos próprios de R$ 5,6 milhões. Quando essa obra for concluída, os poços atualmente utilizados para atender essas duas comunidades serão desativados.

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