O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Presidente da França, Emmanuel Macron, anunciaram ontem um programa que pretende investir 1 bilhão de euros na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa, território ultramarino da França na América do Sul.
Segundo uma declaração conjunta dos governos brasileiros e francês, investimento será realizado nos próximos quatro anos e terá colaboração entre bancos públicos brasileiros e a Agência Francesa de Desenvolvimento. Além disso, há a previsão de investimento privado no projeto.
De acordo com os dois governos, o plano terá vários componentes como: diálogo entre as administrações francesa e brasileira sobre os desafios da bioeconomia e parceria técnica e financeira entre bancos públicos brasileiros, incluindo o Basa e o BNDES, e a Agência Francesa de Desenvolvimento, presente no Brasil e na Guiana Francesa.
Haverá um novo acordo científico entre a França e o Brasil, operado pelo Cirad e pela Embrapa, que possibilitará o desenvolvimento de novos projetos de pesquisa sobre setores sustentáveis, inclusive na Guiana Francesa.
Brasil e França também afirmaram que as mulheres, os homens e as crianças dos povos indígenas e das comunidades locais participarão da tomada de decisão dos investimento
Além disso, anunciaram que promoverão, no âmbito da presidência brasileira do G20, um grande plano de investimento global, público e privado, para a bioeconomia.
Os investimentos devem ser direcionados principalmente para ações de:conservação e no manejo sustentável das florestas e o planejamento e valorização econômica dos ecossistemas e áreas florestais;
tecnologias baseadas em recursos biológicos, práticas agroecológicas e conhecimentos tradicionais;
cursos de capacitação, criação de empregos e pesquisa necessária para desenvolver indústrias sustentáveis, com alto potencial nos mercados interno e externo, em todos os setores da economia florestal;
manejo sustentável e/ou a restauração das florestas e da biodiversidade.
PASSEIO
Macron desembarcou em Belém, no Pará, para primeira visita ao Brasil, no contexto de preparação para a cidade sediar a próxima Conferência do Clima da ONU, a COP 30, em 2025.
A visita contou com viagem de barco, que levou os presidentes, o governador Helder Barbalho, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e outras autoridades da Estação das Docas, ponto turístico na área continental de Belém, até a ilha do Combu, uma das principais na capital paraense e onde fica uma fábrica de chocolates visitada, no Dia Nacional do Cacau.
No local, o cacique Raoni foi condecorado pelo presidente francês, e lideranças indígenas, inclusive Raoni, discursaram sobre a importância da preservação da floresta e dos povos indígenas.
Na ocasião, o cacique Raoni aproveitou para pedir veto ao projeto da ferrovia Ferrogrão, entre Mato Grosso e Pará.