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Nº 5844
cÚPULA

TEXTO FINAL DO G20 PEDE CESSAR-FOGO EM GAZA E ‘PAZ JUSTA’ NA UCRÂNIA

Documento ainda falou sobre combate à fome, ações climáticas e reforma na governança global

Por da redação com agências | Edição do dia 18/11/2024

Matéria atualizada em 18/11/2024 às 22h48

A declaração final da cúpula de líderes do G20 foi divulgada na noite de ontem. Entre outros pontos, o texto pediu um cessar-fogo na Faixa de Gaza e uma “paz justa” para o conflito na Ucrânia.

A declaração trata em detalhes os três temas prioritários do encontro, pede o fim das guerras da Ucrânia e na Faixa de Gaza, e também cita a taxação dos ultrarricos – nomeados como “indivíduos com patrimônio líquido ultra-alto”– e levanta questões sobre a inteligência artificial, entre outros temas.

Apesar de divulgar uma lista de ressalvas, o presidente da Argentina, Javier Milei, também aderiu à declaração. Devido às discordâncias anunciadas, havia a dúvida sobre a concordância do argentino.

Os três temas prioritários são:

acordos para o combate à fome e à pobreza – foi lançada oficialmente a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza;

sustentabilidade e enfrentamento às mudanças climáticas;

e a reforma da governança global, com mais representatividade de países emergentes em órgãos internacionais – como a Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo.

DESIGUALDADE

O G20 reafirmou o compromisso com a Agenda 2030, destacando que apenas 17% das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão no caminho certo.

As desigualdades entre e dentro dos países foram reconhecidas como fatores que agravam desafios globais.

A cúpula destacou o lema de 2024: “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, com foco na redução de desigualdades e ações socialmente justas e ambientalmente sustentáveis.

CONFLITOS

Foram enfatizadas as consequências humanitárias de conflitos como na Ucrânia e na Faixa de Gaza. O G20 condenou o uso da força contra a soberania dos Estados e defendeu soluções diplomáticas e de paz, além de reafirmar o apoio a uma solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina.

“Afirmamos que todas as partes devem cumprir suas obrigações sob o direito internacional, incluindo o humanitário e de direitos humanos, condenando ataques contra civis e infraestrutura”, diz o texto.

CLIMA

Compromissos renovados para atingir emissões líquidas zero até meados do século e para aumentar significativamente as energias renováveis e a eficiência energética globalmente até 2030.

A cúpula também lançou a Força Tarefa para Mobilização Global contra as Mudanças Climáticas para reforçar o financiamento climático, especialmente em países em desenvolvimento.

GOVERNANÇA GLOBAL

O G20 defendeu uma reforma do Conselho de Segurança da ONU para torná-lo mais representativo, além de reforçar o papel de instituições financeiras multilaterais como o FMI e o Banco Mundial, garantindo maior representação de países em desenvolvimento.

Além disso, celebrou a inclusão da União Africana como membro pleno do G20.

TAXAÇÃO DE ULTRARRICOS

O G20 destacou a importância de taxar de forma eficaz os “indivíduos com patrimônio líquido ultra-alto”, respeitando a soberania fiscal de cada país. A proposta inclui cooperação internacional para troca de boas práticas, combate a práticas fiscais nocivas e criação de mecanismos anti-evasão.

Também incentiva a aplicação de sistemas tributários mais progressivos para reduzir desigualdades e financiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis. O grupo defende o debate contínuo sobre o tema em fóruns globais.

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